sábado, 7 de setembro de 2013

EM MEMÓRIA DOS MORTOS NA SÍRIA


Espero que o sol se levante desta bruma

espasmos como açoites em corpos frágeis por engasgos de ar envenenado
caras arrepanhadas de dor
em agonia          
 
um impacto criado
 
foram homens     foram homens       que mataram
largaram as bombas e fugiram        
 
são crianças             são crianças       entre as penas
 
tantos pássaros de asas de seda que na Síria morreram
 
Voem meus meninos   Vossas Mães estarão à espera
Voem para o Norte que o Verão aí está a ser cruel
Voem com as vossas asas de seda


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Lembrem-se
os homens são frágeis
Lembrem-se
de máscaras todos podemos ser
 
Mas daquelas que deviam ser as caras
são marcas pesadas e desgraçadamente falsas
As que mandaram abater
 
Não sintam o que não é para sentir      sintam o que é para ser
Lamentem que no vosso chão a morte foi ouvida
Por gemidos de asas a bater

 Lembrem-se
seres da escuridão
Que abatendo assim Pássaros
serão eles vossas sombras
No altar do amanhecer

Inez Andrade Paes

2 comentários:

  1. "A morte foi ouvida
    Por gemidos de asas a bater"

    Inez, que seus versos ecoe nesta escuridão.

    Sem palavras e emocionada.

    Beijo

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